Este espaço foi criado para trocar ideias e atividades da área de Lingua e Literatura, compartilhando com os colegas experiências vividas ao longo da minha profissão.

Língua

Gosto de sentir a minha lígua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesias está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade (...)
(Caetano Veloso)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dieta do homem

Colégio Est. Gov. Luiz Viana Filho 8ª série Português
Profª. Mara Virginia Aluno(a) _____________________________________________

Dieta do homem

Nas carteiras da escola me ensinaram, segundo o sábio Claude Bernard, que o caráter absoluto da vitalidade é a nutrição; pois, onde existe, há via; onde se interrompe, há morte.
Mas não me disseram que, entre os animais humanos, o lado que pende para a morte, por falta de nutrição, é mais numeroso que o lado erguido para a vida.
Me ensinaram que os alimentos fornecem ao homem os elementos constituintes da própria substância humana; o homem é o alimento que ele come.
Mas não me disseram que existem homens aos quais faltam os elementos que constituem o homem. Homens incompletos, homens mutilados em sua substância, homens deduzidos de certas propriedades humanas fundamentais; homens vivendo o processo de morte.
Me ensinaram, no delicado modo condicional, que, sem o concurso de certos alimentos minerais e orgânicos, depressa a vida sobre a terra se extinguiria.
Mas não me disseram que, depressa, por toda parte, a vida se extingue, no duro modo indicativo.
Me ensinaram que o oxigênio é o primeiro elemento indispensável.
Mas não me disseram que só o oxigênio é um bem comum de toda humanidade, salvo em minas e galerias, onde é escasso.
Me ensinaram que o carbono, o hidrogênio, o azoto, o fósforo e ouros minerais são decisivos à vitalidade da célula.
Mas não me disseram (por óbvio, mas eu era um estudante tão distraído) que aqueles elementos não se encontram no ar que respiramos. E ainda que se encontrem na terra, acaso digerida por uma criança, seu poder de assimilação é nenhuma.
Me ensinaram que há alimentos orgânicos ternários e quaternários.
Mas não me disseram que dois terços de nossos irmãos no mundo passam fome. (...)

Paulo Mendes Campos. O anjo bêbado. Rio de janeiro, Sabiá, 1969.


I – Compreensão e interpretação do texto:
1. Qual das frases abaixo resume melhor o que a escola ensinou?
a) Princípios de uma dieta equilibrada.
b) Noções sobre combate a fome
c) Informações sobre elementos essenciais à vida.
d) Característica da alimentação humana

2.) Dê sua opinião: como terá o autor descoberto o que não disseram na escola?

3) Qual o sentido da palavra dieta dentro do texto?

4) Retire do texto 10 substantivos e classifique-os.

5) Retire do texto 5 pronomes e classifique-os.